quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Novas tendências para atender a demanda

A industrialização da construção civil não é mais uma tendência e, sim, uma realidade. Os sistemas pré-fabricados e pré-moldados são uma alternativa vantajosa para erguer edificações com agilidade e qualidade, devido à utilização de estruturas e fachadas produzidas na própria indústria ou montados de acordo com o cronograma. Essa tendência de crescimento afastou de vez a falsa imagem que as peças pré-fabricadas são peças iguais, retas e sem graça, que só podem ser usadas em galpões.


Hoje, as construções industrializadas de concreto apresentam formas, texturas e cores variadas e são extremamente flexíveis. Não é à toa que são utilizados em grande escala em obras de edifícios de escritórios, hotéis, universidades ou shopping centers. A sua versatilidade pode ser conferida ainda nas diversas soluções que vão desde as fundações (estacas, blocos e baldrames) até as coberturas (telhas e lajes), passando por vigas, pilares e fachadas arquitetônicas pré-fabricadas. Até banheiros e cozinhas, atualmente, já chegam prontos aos canteiros.

Obras limpas e muito mais rápidas estão entre as principais vantagens das peças pré-fabricadas. “A tendência mundial da construção civil é abandonar processos artesanais em prol da industrialização progressiva porque ela aumenta a velocidade e a qualidade, reduzindo custos”, afirma o presidente da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC), Paulo Cordeiro. E a economia está aliada ainda ao planejamento da obra, pois com o sistema de pré-fabricados se exige uma análise prévia de todos os detalhes já na produção das peças.

Esse planejamento, mais objetivo e minucioso, reduz muito o desperdício de material. A mesma lógica se repete na entrega e montagem das peças, pois como os detalhes são pensados em conjunto, a montagem também é planejada antes. Por isso a execução é rápida e precisa, sem adaptações ou improvisações, o que aumenta a produtividade da mão-de-obra.
Mercado local

Apesar de parecer algo novo no Brasil, os sistemas pré-fabricados já são adotados por outros países há muito tempo. A necessidade de reconstruir a Europa, destruída pela guerra, levou todo o continente a evoluir na construção civil. E o pré-moldado foi à base da rapidez em refazer as cidades e suas infra-estruturas arrasadas. Atualmente nos Estados Unidos 12% de todo o cimento produzindo no país destina-se a pré-fabricados, porcentual que chega a 20% na Espanha e 40% na Dinamarca.

Aqui no Brasil, de acordo com dados ABCIC o volume de cimento consumido pelo pré-moldado chega perto de 6%. “Isso dá uma medida do potencial de desenvolvimento desse mercado no Brasil”, afirma o presidente da ABCIC, Paulo Cordeiro. Por isso a meta da entidade é triplicar, em dez anos, o mercado nacional de pré-fabricados.

Em São Paulo a tecnologia já é adotada em diversas construções, e no Sul do Brasil começa a ganhar espaço, principalmente pela velocidade que confere a obra – o processo construtivo do pré-fabricado chega a ser 40% mais rápido que o sistema convencional. E é esse diferencial que vem atraindo a atenção dos investidores, afirma o gerente de projetos da Cassol Pré-Fabricados, Luiz Livi. “Isso traz para o investidor um retorno muito mais rápido”, comentou.

À frente de grandes empreendimentos, como a Estação do Metrô Cantagalo e a Arena do Pan, no Rio de Janeiro; o Supermercado Angeloni e o Park Shopping Barigui, em Curitiba; a Cassol está trabalhando no projeto de construção de um edifício de 40 pavimentos na capital paranaense com a utilização do pré-fabricado. O empreendimento será pioneiro nesse sistema no Estado. O emprego do sistema, argumenta Livi, se justifica pela rapidez, segurança, redução de desperdício e qualidade.


Fonte: Jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná